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Da Vinci e Galileu, homens do Renascimento
Entre o século XIV e o XVII, mudanças importantes aconteceram na Europa. Marcando o início da Idade Moderna, o Renascimento traz grandes transformações para o pensamento europeu que mudam a relação com a Natureza. A alegoria começa a perder espaço. Uma nova forma de ler o Livro da Natureza surge. Uma que não nos leva à contemplação do Criador, mas sim à compreensão da Criação. Dois nomes são importantes para nós nesse período: Leonardo Da Vinci e Galileu Galilei.
Neste artigo da temporada “Fé e Ciência na Arte” vamos falar sobre o levante do pensamento matemático no século XIV na arte e como ele substituiu a Alegoria como método de estudar a natureza.
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Leonardo da Vinci e o Renascimento Italiano
O resgate do pensamento Aristotélico que aconteceu nos mosteiros e universidades no século XII começa a influenciar a cultura europeia. Escavações revelaram a escultura e arquitetura grega e romana e interessaram os artistas. Fillipo Brunelleschi (1377–1446), arquiteto, é conhecido como o primeiro artista a estudar as ruínas gregas. A cidade de Florença estava no centro dessa transformação cultural e produziu muitos nomes importantes. O biógrafo Giovani Vasari acreditava que havia algo de especial (e espiritual) na cidade que era capaz de gerar artistas superiores. O Renascimento começa aqui, no século XIV, e se espalha pelo continente e século seguinte.
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Donatello, Michelangelo, Leonardo e Rafael são nomes conhecidos do Renascimento. Seja pelo estudo da histórica da arte ou pelo desenho animado As Tartarugas Ninjas. Dentre eles, Leonardo Da Vinci (1452–1519) se destaca por ir além das artes, foi pintor e escultor e foi também engenheiro, filósofo natural, inventor e músico. Trabalhando já no Alto Renascimento, representa a sofisticação que o Renascimento alcançou no século XV. Os estudos de Da Vinci em anatomia, botânica e geometria foram preservados em longo da história e nos mostram hoje a mudança na compreensão da natureza que ocorreu naquele período.
O Pensamento Matemático nas artes e na ciência
Para os medievais, o interesse não estava nas criaturas e sim nos sentidos morais e teológicos que elas ocultavam. A partir do Renascimento, a natureza ganha valor em si mesma, sem considerações com significados superiores. O sentido literal\histórico passa a ter mais importância.
Para os artistas do Renascimento, pintar o mundo era uma forma de explorar as diferentes características do seu funcionamento. Estudos em Anatomia e Perspectiva contribuíram para o desenvolvimento da Filosofia Natural. Brunelleschi também descobriu as regras matemáticas que explicam a Perspectiva e muitos pintores, como Piero della Francesca (1514–1592), passaram a utilizar essa “nova ciência” na composição de suas obras.
Aos poucos, matemática substitui a alegoria como método de interpretar o Livro da Natureza. Não há mais uma busca por compreender o sentido moral e teológico da natureza. Isso vai influenciar o desenvolvimento da astronomia, com Galileu Galilei (1564–1642) e Johannes Kepler (1571–1630), um cristão protestante que provou o heliocentrismo com seus cálculos sobre as órbitas planetárias.
Galileu e a Ciência Moderna
Outro importante nome a surgir de Florença foi Galileu. Suas contribuições para a Astronomia através da matemática e da experimentação fazem dele o fundador da Ciência Moderna. Numa época em que os filósofos naturais não tinham ampla formação em matemática, esse engenheiro católico, que estudou geometria e perspectiva com os artistas, trouxe uma abordagem pioneira para o estudo da natureza. Ele também inventou diversos instrumentos científicos, como o microscópio. Além de ser astrônomo, engenheiro, inventor e desenhista, Galileu também estou música e crítica literária, produzindo interessantes trabalhos sobre a acústica do alaúde e sobre o Inferno de Dante. A expressão “homem do renascimento” se refere a pessoa que estuda diferentes áreas do conhecimento e experimenta na fronteira entre elas. Galileu certamente é um deles.
… Galileu exemplifica o alcance inesperado de perspectivas matemáticas que talvez seja um dos legados culturais mais importantes da Florença renascentista— Kerry Magruder
Outros dois acontecimentos importantes ocorreram nesse período: a Reforma Protestante e a Revolução Científica, mas eles serão assunto de outro artigo.
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Referências
Copan, P (Org). Dicionário de Cristianismo e Ciência. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2018.
Harrison, P. Os Territórios da Ciência e da Religião. Viçosa: Ultimato, 2017.
Mason, A. História da Arte Ocidental. São Paulo: Rideel, 2009.
Reflexões sobre arte, cultura e teologia. Pensando a prática e a pesquisa em arte dentro de uma cosmovisão cristã.
“Rogo-vos pois [artistas] que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, esta é a [sua obra de arte]. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente…” Rm 12:1–2
